domingo, 4 de maio de 2008

Isabella Nardoni

Fiquei pensando essa semana, e cheguei a conclusão que, ou eu não sou deste planeta, ou sou muito moderna ou o ser humano em geral perdeu a senso da hipocrisia.
Não aguento mais falar sobre a Isabella, não suporto mais a dissecação desalmada que fazem sobre essa morte. Porque o pai desligou o motor do carro as 23:32, não mas a defesa alega que existem muitas divergencias, e segue esse diálogo chato e cansativo da policia brincando de CSI e a defesa brincando de O Fugitivo. E meu ouvido transformado em penico.
Claro que assim como toda a população eu fiquei extremamente sensibilizada com essa história, só que ao meu ver, deveria ter tido um ou no máximo dois dias de exposição na mídia. A impressão que dá é que ninguém tem real consciencia do que deve estar sentindo essas famílias. O papel do cidadão brasileiro é se meter em assuntos que podem ser mudados, e esse não muda mais, a menina morreu, não importa o que seja feito, deixa essa mãe chorar em paz, deixa a policia trabalhar em paz. O que me ocorre é que esse barulho todo é só porque as familias não são pobre. Alguém se lembra do menino que foi arrastado pelos bandidos no rio? Ótimo, e dos criminosos? Alguém sabe que fim leveou? Não, porque eram favelados e não interessavam a mídia. E as milhares de crianças que sofrem abusos e violencia diariamente nas classes mais baixas, no nordeste por exemplo. Elas ainda nao morreram, ainda dá para fazermos alguma coisa. Mas aí é que está o problema, é que dá pra fazer alguma coisa, e no caso da Isabella é só julgar, criticar e ficar feito Urubu em cima de qualquer vestigio desse lixo todo.
Podem me criticar mas aí vai um apelo á toda população brasileira, querem ajudar a Isabella e a mãe dela? Vão pra Igreja e rezem. E no mais, fazendo o favor de ajudar quem precisa e está vivo? (plagiando o gay da novela das oito) Querem aparecer? Façam passeatas em favor da menor idade penal e do fim desse abuso que é a ajuda de custo a esse bando de vagabundos que "trabalham" em brasilia e não fazem nada de útil. Que vivam como eu, com o salário e nada mais, o que aliás, já é muito.