Semana que vem o Brasil inteiro comemora o dia das mães, para deleite do comercio;e antes de mais nada, este texto nao se trata de uma crítica ao mundo capitalista, que aliás eu adoro. Vamos ao motivo central: Mãe. Alguém já parou pra pensar na complexidade que é ser mãe? Na forma como tudo acontece e como o mundo trata isso de forma super natural? Ser mãe é algo inexplicável, pelo menos para mim. Não se trata de amor divino, de milagre e todas essas coisas que a gente ouve e le a respeito, como se as reais dificuldades de ser mãe fossem simplesmente transcritas de uma forma romantica e linda e como se ser mãe fosse além de uma dádiva, uma coisa normal e natural. Não é.
Ser mãe, mas ser mãe de verdade, dessas que realmente levam a missão a sério, é perder toda a sua noção de EU. Primeiro para as que decidem gerar: Seu corpo não é mais seu, é de um ser que vc sequer conhece ou viu, ou sabe se terá qualquer tipo de afinidade, sim, porque amor e afinidades são duas coisas totalmente distintas, vc pode amar loucamente alguém que não tem a mínima afinidade. E durante toda a gestação você passa por todos os desconfortos e confusões, e eu duvido que tenha alguma mãe no mundo que não os tenha sentido e duvido que pelo menos uma vez em nove meses nem uma delas pensou: Meu Deus eu não vou conseguir chegar até o fim. O ser nasce.
Agora as mães que decidem criar: sim porque existem as que não aguentam a pressão e ainda existem as mais corajosas que decidem criar a misão que outra não conseguiu levar ao fim. E aí começa a tortura, primeira fase de fraldas, de educação moral, onde tudo que você faz é copiado de forma fiel por um minúsculo ser, e você passa a ser o laboratório dele, onde ele testa o que ele pode e o que ele não pode fazer, e vai aprendendo e crescendo. E então quando você acha que a coisa melhora e que agora é só colher os louros da vitória, vem a infancia e a idade escolar, vem as brigas do colégio, vem o desafio de deixar que seu serzinho cresça e amadureça, deixar que ele resolva seus próprios problemas. E a adolescencia? Ah...a adolescencia, época de confusões, hormonios em fúria traduzidos em revoltas, independencias, aprendizado, decepções, e você firme, acompanhando tudo, perdoando tudo e tentando dar o seu melhor para que a fase adulta chegue logo. E ela chega, e com ela as festas, a bebida, o desafio de fazer o seu ex-mini-ser a ter um comportamento digno com tudo que vc ensinou...... Ser mãe é não ter noção. Mães não tem noção do ridículo; não tem noção de limites quando o assunto é a felicidade do seu filho. E sabe porque eu defendo que mães que não tem noção nenhuma do que fazem? Porque abdicam de tudo para levar uma missão adiante que não terá para elas nem uma outra recompensa senão um amor incondicional que por muitas vezes será incompreendido pelos demais. Algumas terão um apoio na velhice, mas na grande maioria, a recompensa se resumirá a ver o ser crescido e feliz. Não é feito por negócios futuros, não é uma oportunidade de emprego ou crescimento profissional; não tem ganhos financeiros, pelo contrário, somente gastos.... e ainda assim, nos tornamos mães. Ser mãe é não ter noção....porque se usassem a razão e tivessem noção...seriam pais. E aqui abro um parenteses enorme a todos os pais que são pães (pais que se comportam como mães), esses estão inclusos nessas minhas observações.
Ser mãe é bem mais que uma dádiva de Deus ou um milagre, ser mãe é uma escolha própria de fazer o bem, de contribuir com o mundo, nem que seja tendo amor incondicional por apenas um ser humano. Ser mãe é ter a escolha e escolher se doar, não trata-se de milagre apenas, trata-se de trabalho...e muito trabalho. Mães e futuras mães e pães que me leem.... Parabéns pelo esforço e que ele possa contribuir por um mundo melhor.
sábado, 1 de maio de 2010
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